terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sociologia


COMUNICAÇÃO E CULTURA DE MASSAS.
 
Por:

 Danielli Santos Figueira

Diná Maria de Oliveira Maia
Elizabeth Nunes da Silva
Josemar de Freitas  Gabriel
Rosilda Paulino Salgado.
 
     Através deste trabalho escrito mostraremos, superficialmente, como o sistema de comunicação está relacionado de modo fundamental com o homem e a sociedade, com a política, a indústria, a arte e a religião mundo que o homem criou para nele viver.
                A comunicação é fundamental na existência do homem.
                Os meios podem ser:         
* diretos (ex: conversa entre pessoas)
* indiretos (ex: som de tambor tribal, imprensa falada e escrita, rádio, TV e cinema em que uma única pessoa comunica-se simultaneamente com várias pessoas e/ou com uma multidão).
                São complementos a palavra, o gesto, o símbolo ( linguagem, arte e mito).
                O homem tem o seu ambiente distinto do de outras criaturas. Ele deu à realidade uma dimensão conhecida apenas pela espécie humana. O homem não enfrenta diretamente a realidade, ele elabora idéias a respeito de tudo que o rodeia.
                Ao sistema de comunicação compete: supervisionar o ambiente, correlacionar os componentes da sociedade. Em resposta ao ambiente e transmitir a herança cultural e social.
                A capacidade de espalhar mensagens entre multidões de pessoas, faz do sistema de comunicação uma fonte de poder, não importando que informação ou idéia leve. Quando unido a outras organizações, tem sido usado para controle social e estabilização do poder.
                A partir do desenvolvimento das novas tecnologias, os sistemas de comunicação se prestam, cada vez mais, a disseminar o conhecimento e, cada vez menos, a restringi-lo.
                Os meios de comunicação de massa dominam nossos dias, o plano social, político e econômico. Desenvolvem-se a medida que a população cresce em complexidade. Esses meios de comunicação vão depender da visão entre receptor e transmissor, ou seja, se não se está atingindo o público deve-se trabalhar para tal.
                Televisão é o meio de comunicação mais usado e conhecido pela população. Praticamente não existe casa que não tenha.
                A moda, a gíria e a musica, que cada novela lança, transmite uma certa noção do que é ser contemporâneo. Personagens usam telefones sem fio, celular, fax, avião, meios de comunicação e de transporte que atualizam, de modo extremamente rápido, os padrões do que significa ser moderno. Os modelos de beleza masculino ou feminino, de namoro, casamento, de organização familiar divulgados pela novela é sucessivamente atualizados, ampliam para todo território nacional as angústias privadas das famílias. A novela dá visibilidade a certos assuntos, comportamentos, produtos e não há outros para substituí-los. Ela define uma certa pauta que regula as interseções entre a vida pública e a vida privada.
                Programas são exibidos sem o menor cuidado em horários praticamente vistos apenas crianças. “Big Brother” é um programa que contém cenas pornográficas, onde os participantes não têm limites e se expressam sem preocupação de que estejam sendo observados.
                Certos programas chegam desfazendo famílias, tornando cenas trágicas em cenas comuns ou vice-versa. (ex: programas do João Cleber e do Ratinho). As pessoas se conformam com sua realidade sofrida, pois a televisão lhes mostra pessoas com problemas mais sérios que os delas.
                O ser humano então se vê massacrado, ao tentar mostrar ao filho a união, o amor e outras tradições, tendo como inimigo os meios de comunicação, que diferem todos os seus valores os quais com certeza, são transmissores muito mais poderosos que a própria família.
                Sendo assim, a televisão substitui a família, pois só se reúnem diante dela dando-lhe mais importância do que ao diálogo e às pessoas da família.
                Na verdade, o que vemos, através dos meios de comunicação, é o que querem que vejamos. A resistência é então impossível, pois o que age é a comunicação do poder que determina o comportamento e as escolhas das pessoas. Seja no comportamento, moda, política, etc.
                Por outro lado, existem programas que poderiam ser assistidos, porém não despertam a atenção pois são colocados em horários que as pessoas não podem assisti-lo. Ex: Globo Rural, programas da T.V.E, Telecurso, Ação, etc....
                Internet 80 % do material exibido é de má qualidade, porém sempre visitado pela maioria dos internautas. Os conteúdos educativos da internet não têm grande procura. Além disso, as páginas de conteúdo educativo são mal estruturadas.
                O computador passou a fazer parte da vida de muitos empresários e influencia diretamente a nossa vida. Aparentemente o computador facilitou a vida cotidiana das pessoas dando-lhes comodidade para resolver negócios, fazer compras sem sair de casa, comunicar-se rapidamente etc.
                Até programas tradicionais, passaram a incorporar a era da modernidade, deixando a fase inocente e romântica e se utilizando do computador. (Ex: Sítio do Pica Pau Amarelo).
                Hoje o desenvolvimento de um país é medido pelo grau de informatização. A tecnologia abrange mundos fazendo com que grandes empresas fechem negócios milionários num simples apertar de botão.
                A Comunicação Escrita O livro, por exemplo, na maioria das vezes, não é acessível à grande massa da população, seja pelo preço, pela linguagem e até mesmo pelo nível cultural das próprias pessoas. A leitura se restringe a uma pequena elite de alto poder aquisitivo e cultural.
                A leitura interessante para a maioria das pessoas é aquela que trata de assuntos banais e rotineiros, geralmente centrados em romances e sexo, porém, a que ganha maior terreno é aquela que fala da vida alheia, criando dramas e aumentado os fatos. (Ex: Revista Cláudia, Época, etc).
                Quanto mais dramática a situação, mais atenção prende, sem se importar com o verdadeiro drama pelo qual a pessoa realmente pode estar passando.
                Esse tipo de informação torna-se distração, fuga da realidade. São, na verdade, pessoas rindo de seus próprios problemas.
                Os jornais, por sua vez, estampam, em suas manchetes, pessoas mortas e mutiladas que, ao invés de chocar, prendem ainda mais a atenção e aguçam a curiosidade dos leitores. São jornais sensacionalistas e trabalham sempre em cima de noticias chocantes e deprimentes. Mas é isso que vende e dá lucro.
                Existem jornais preocupados com a notícia de fato, porém, se restringem a aquele grupo seleto, de poder aquisitivo e cultural elevados.
                As notícias estampadas nos jornais tendem a incutir nas pessoas impulsos e idéias que na verdade não existem e que são, na medida certa, para que o leitor não pense, apenas aceite, evitando assim reflexões e críticas.
                O indivíduo, como ser pensante, não agrada, pois a sua capacidade de pensar, refletir e criticar não é levada em consideração e, até se torna, um indivíduo perigoso por não  aceitar ser dominado.
                As notícias publicadas são de total interesse de quem as publica, assim como seu preço que pode ser acessível ou não à grande massa da população. Os jornais em grande evidência no momento em vários canais de T.V. disputam uma corrida desenfreada pelo poder da audiência, noticiando aquilo que prende a atenção do telespectador, alienando-o, tornando-o alheio aos fatos, distorcendo a realidade.
                A política não é transmitida como positiva e boa, na qual devemos participar conscientemente. Os eleitores são tratados como bonecos de presépio, sem opinião e menosprezados.
                As pessoas são coisificadas a tal ponto que se tornam incapazes de interpretar fatos expostos em noticiários, já com adornos convenientes aos grupos dominantes.
                Os meios de comunicação de massa são armas nas mãos daqueles que os detêm, fazendo valer um jogo de interesses diante da ignorância do povo, que se aliena cada vez mais.
                A questão em jogo é o lucro certo e não mais a crítica e discordância que houve um dia, quando era proibido discordar. Poder e dinheiro se casam e se combinam sem medir caráter, lisura ou honestidade.
                O interesse na cultura não letrada é mais fácil e conveniente, pois o povo que sabe ler é perigoso e é o oposto do que os comunicadores querem.
                Não interessa se o que você consome te faz mal, mas sim se você está consumindo o que eles querem.
                Os meios de comunicação e a T.V., em particular, passam a ser fatores constituintes de uma esfera de público cuja legitimidade está calcada não em instrumentos institucionais consolidadas, como eleições, educação formal, religiões hegemônicas ou universos ideológicos compartilhados, mas em mecanismos de mercados regidos por comportamentos de telespectadores, tal como representados na audiência criada pelos institutos de pesquisa de opinião.
                Baseados em diferentes pesquisas de audiência e opinião, os profissionais de marketing, propaganda e televisão constroem imagens da audiência que gostariam de atingir e com as quais dialogam. Os mecanismos de pesquisa sintonizam emissores e receptores garantindo uma dinâmica constante de captação de representações.
                Indivíduos telespectadores que se tornaram consumidores antes mesmo de serem cidadãos constituem a unidade de referência desse mercado televisivo.
                A indústria cultural faz parte dos meios de comunicação que melhor controla e domina os indivíduos transformando-os em servos voluntários do sistema capitalista. O mundo capitalista globalizado que, segundo MARCUSI (2001), equivale à sociedade unidimensional ou a indústria cultural que produzem a servidão voluntária. O desenvolvimento de um sistema hierárquico de trabalho social não só racionaliza a dominação, mas também “bloqueia” a rebelião contra a dominação.
                Os meios de comunicação projetam para o indivíduo o ideal de vida que ele deve ter, pensa por ele, transforma todos os sonhos em produtos, que sem eles não seremos felizes. Somos manipulados, nos tornamos escravos do consumismo, somos objetos controlados pelos meios de comunicação que servem a uma autoridade maior do sistema – os senhores do poder.
                É impossível se rebelar contra todo o sistema de dominação. Todas as revoluções que tentaram acabar com o sofrimento dos oprimidos, acabou se transformando num novo e “melhor” sistema de dominação. O processo ajudou a construir cadeias de controle mais aperfeiçoadas com maior alcance dentro da sociedade, alcançando desde o mais humilde até o mais rico homem.
                As revoluções que tivemos na história da humanidade apenas foram um esforço para substituir um grupo dominante por outro. Na verdade a situação não muda, o que muda são os nomes dos que estão no poder. No caso do Brasil se o Lula chegar ao poder, apenas haverá uma inversão troca-se o nome do partido político, ou seja, a sigla no comando do sistema de poder. Segundo Benjamin “vítima de um expatriamento transcendental, o homem moderno vaga sem um princípio de razão suficiente que lhe garanta o pertencimento ao mundo. Se o “Cogito” cartesiano fornecia uma referência estável e permanente para o sujeito, hoje sem dúvida da própria identidade do eu penso: quem é esse “eu” que pensa através de mim?...”.
                Hoje em dia não pensamos por nós mesmos, pensamos através dos olhos dos meios de comunicação que nos ditam o comportamento, o procedimento diante dos fatos que são mostrados dia-a-dia. Já não decidimos o que fazer ou pensar, o que devemos estudar, que profissão devemos abraçar. O sistema nos faz escolher pelas suas necessidades e não pela nossa vocação. De acordo com Adorno e Horkheimer, “todas as vezes que certa fórmula se populariza isto é, tem êxito de consumo, a indústria a promove e repete sempre o mesmo padrão.
Tais circunstâncias intensificam a passividade social e a uniformização técnica leva por sua vez, a administração centralizada”.
 
 
 Referências Bibliográficas.
 
                PERTERSON, Theodore. e JENSEN, Jay W. e RIVERS, William L. Os meios de comunicação e a sociedade moderna.                         Tradução: Jovelino Pereira Ramos
                FLEUR, Melvim L. de. Teorias da Comunicação de Massas. Tradução: Marcelo A. Corção.                 
 

Cultura de massa.

Por Silvano Tenorio Felix

Definir cultura é uma tarefa por demais difícil, já que vivemos um período histórico onde a praticidade toma o lugar dos conceitos. Ainda mais quando se trata da cultura de massa, ou cultura popular, onde encontramos a sua presença em nosso dia a dia, porém falta-nos a reflexão por um momento. Para se chegar de fato a um conceito bem definido. Segundo Orlando Fideli, cultura de massa em nossos dias é um conceito amplo, que abrange por muitas vezes a toda e qualquer manifestação de atividades ditas populares. Assim sendo, do carnaval ao rock, do jeans à coca-cola, das novelas de televisão às revistas em quadrinhos, tudo hoje, pode ser inserido no cômodo e amplo conceito de cultura de massa. (FIDELI,2008:1)
Para entendermos melhor essa expressão "cultura de massa" precisamos buscar uma definição do que seria "massa" e de "povo". Segundo o papa Pio XII, numa célebre radiomensagem de Natal no ano de 1944, expressou muito bem o conceito de "povo" e de "massa". Segundo sua visão, totalmente filosófica "o povo é formado por indivíduos que se movem por princípios. Ele é ativo, agindo conscientemente de acordo com determinadas idéias fundamentais, das quais decorrem posições definidas diante das diversas situações em que vivem. Assim ele fala das massas como "um grupo de indivíduos que não se movem, mas que são movidos por paixões. A massa é sempre passiva. Ela não age racionalmente e por sua conta, mas se alimenta de entusiasmos e idéias estáveis. É sempre escrava das influências instáveis da maioria, das modas e dos caprichos..."
As definições do sumo pontífice nos faz concluir que as massas jamais discordam da maioria. Jamais procuram estipular pontos reflexivos que os levem a um senso crítico sobre as informações que estão sendo assimiladas no momento. A inserção na massa lhe impõe que se vista como os outros, que coma como os outros, que goste do que gostam os outros. Ser, pensar, agir, estar sempre, obrigatoriamente, "como os outros" é amoldar-se inexoravelmente a esse implacável "deus" chamado "todo mundo". É renunciar à própria individualidade, trocando-a pelo amorfo e medíocre "eu coletivo" da multidão. Essa realidade nua e crua que vivemos nos leva a uma pergunta: "PODE A MASSA TER CULTURA? " Certa vez alguém definiu cultura, sob o prisma individual, como aquilo que permanece após ter-se esquecido tudo o que se aprendeu. Segundo
Denise Macedo Ziliotto é preciso Transplantar tal conceito para o plano coletivo, podendo afirmar que cultura é o resíduo, imune à ação do tempo, dos conhecimentos fundamentais dos povos. A cultura de determinada civilização vem a ser, portanto, o conjunto de seus valores e conhecimentos perenes. (ZILIOTTO,2003:23)
O termo cultura tem sua origem na agricultura, em razão da flagrante analogia entre as etapas do cultivo de um terreno e a formação da cultura humana. Com efeito, a cultura de um terreno pressupõe sua limpeza de toda sujeira e ervas daninhas, a aragem e o cultivo dos vegetais desejados. Levando em conta a perspectiva deste conceito análogo, a plantação deverá obedecer determinadas regras. Será preciso plantar, antes de mais nada, coisas úteis, eis que uma cultura de ervas daninhas será uma falsa cultura. Ademais, será necessário plantar em ordem, de maneira que, por exemplo, cada cereal esteja separado dos demais, a fim de que possa receber o tratamento que mais lhe convém.
Segundo Sandra Jovchelovitch a boa cultura exige que se limpem as inteligências de todos os erros e falsas opiniões que comprometem tudo o que nelas venha a ser plantado. É preciso "arar" nossas inteligências, habituando-as a pensar. Pois apenas estudar não significa adquirir cultura: há analfabetos mais "cultos" do que muitos eruditos. Finalmente será chegado o momento de "plantar", ordenadamente, verdades úteis em nossa mente. (Jovchelovitch,2001:42)
Segundo Eclea Bosi a cultura de massa não passa, na verdade, de um oceano de imposições ditadas pelos meios de comunicação, muitas vezes idênticamente destinadas às mais diferentes regiões e povos. Não é por outro motivo que as massas, sejam da América, Europa ou Ásia, apreciam e produzem a mesma arte, vestem as mesmas roupas, gostam das mesmas comidas. Não é por razão diversa que os estilos, as maneiras, as tradições, enfim, a cultura peculiar de cada povo vem dando lugar, em larga medida, a uma triste vitrine universal. (BOSI,2000:102)
Exatamente por não partir genuinamente dos povos, mas ser sempre uma imposição de cima para baixo, a pseudo-cultura se mostra indiferente e imune às profundas diferenças existentes, por exemplo, entre japoneses e italianos, ou entre norte-americanos e árabes: todos consomem o mesmo hamburguer e tomam coca-cola.
Segundo Pedro Demo algo totalmente diverso, porém, ocorre em relação ao povo. Este tem movimento próprio, guardando seus próprios princípios e movendo-se de acordo com eles. Ao povo é dado, portanto, formar sua própria cultura, reflexo evidente das idéias fundamentais que o movem. Ao contrário da chamada "cultura" de massa, a cultura popular tem suas raízes nas tradições, nos princípios, nos costumes, no modo de ser daquele povo. Desta forma, cada povo produz, por exemplo, uma arte peculiar, reflexo de suas específicas qualidades, necessariamente diversa das artes de outros povos. Assim, por exemplo, houve uma verdadeira arquitetura colonial brasileira, muito diferente da arte de escultores de outros povos. (DEMO,2005:93)
Portanto a cultura de massa é uma cultura fabricada pela ideologia que tenta se apresentar como sendo a própria cultura. Porém, a cultura de massa é um sistema de pensamento muito fácil de desmascarar já que tem por característica primeira "o ser limitado". A cultura de um povo jamais poderá ser a cultura de massa, já que a construção da cultura popular se dá pela experiência histórica de um povo, que mediante sua própria história constrói sua identidade.
BIBLIOGRAFIA
FEDELI, Orlando. Cultura Popular e Cultura de Elite, cultura de massa. São Paulo: Associação Cultural Montfort, 2008. p. 1 .
ZILIOTTO, Denise Macedo. Consumidor – Objeto da cultura. Rio de Janeiro: Vozes, 2003. p. 23.
JOVCHELOVITCH, Sandra. Contextos do saber – Representações, comunidades e cultura. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. p. 42.
BOSI, Eclea. Cultura de massa e cultura popular. Rio de Janeiro: Vozes, 2000. p. 102.
DEMO, Pedro. Éticas multiculturais – sobre convivência humana possível. Rio de Janeiro: Vozes, 2005. p. 93.

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